domingo, 20 de dezembro de 2009

- José Soares, 'assassino de aluguel'

1. Preâmbulo familiar
Um dos processos em que José Soares Monteiro, vulgo
 Valdomiro Bandeira Junqueira figura como réu
CD: A/A
José Soares Monteiro nasceu em Poços de Caldas, MG, no ano de 1880, filho de Antonio Soares Monteiro e dona Anna Carolina de Freitas, conforme declarações do próprio (Delegacia de Polícia de Campos Novos de Paranapanema, Processo, Auto de Qualificação e Declarações, 23/03/1917: 31).
Seu pai, Antonio Soares Monteiro, era filho de Joaquim Soares Monteiro e Maria Marcolina de Jesus, casado em 1ª núpcias com Carolina Evaristo Teixeira, filha de José Antonio Teixeira e Ritta Gomes Teixeira, sendo o casamento realizado aos 04 de fevereiro de 1856, em Caldas - MG (Matrimônio - Livro 1853/1897: 57). Enviuvado, Antonio casou-se em segunda núpcias aos 21 de maio de 1874, em Caldas - MG, com Anna Leopoldina [ou Carolina] de Freitas, filha natural de Carolina Leopoldina (Matrimônio, 1865/1875: 82). 
Em 1890 o José Soares residia com a família no bairro rural do Lajeado, então no município de Santa Cruz do Rio Pardo, onde seus irmãos Antonio e Evaristo registrados eleitores (Mapa Oficial de Alistamentos dos Eleitores do Município de Santa Cruz do Rio Pardo).
Em 1892 a numerosa família dos Soares estava entre aquelas nas regiões em desbravamentos adiante de Assis, parte fixando-se junto a Água do Cervo (Leoni, 1979: 5) e outra às margens do rio Capivara (Benício, 2004: 19).
A família tinha boa reputação e os seus membros conhecidos como exímios cavaleiros, destemidos e de pouca tolerância. Cita-se como exemplo, que Evaristo quando bebia tornava-se inconveniente e uma das suas incivilidades quase se transformou em tragédia, numa quermesse na cidade de Assis, durante o leilão, em que ele ao fazer determinado lance não ouviu alguém cobrir sua oferta e levar a prenda.
Evaristo não conformado dera origem a grave tumulto, e muitos do presentes voltaram-se contra ele. Ligeiro e bom de briga não deixou-se apanhar, até chegar junto de sua montaria e, sobre ela retornar ao salão, de chibata na mão, recepcionado por tiros, num corre-corre e gritaria geral, enquanto o cavaleiro:
"(...) chamou nas esporas o valente matungo, balanceava-o nas rédeas para a esquerda, para a direita e o cavalo de saltos e priscos para todos os lados, como se estivesse num verdadeiro campo de batalha e o tiroteio foi cerrado de tal forma que o povo enraivecido sequer via mais nada; era atirar para matar, era alinhavar Evaristo" que, ao ver-se perdido, sacou seu revólver e abriu caminho a balas, dois homens estatelados ao chão, num "tiroteio como nunca houvera em todos os tempos na história de Assis (...) mas o danado safou-se." (Leoni, 1979: 72-75).
Assim era o Evaristo Soares, caboclo admirado e respeitado, apesar dos seus arroubos, que o irmão José Soares, dezessete para dezoito anos mais moço, parecia tanto admirar. O mesmo Evaristo foi subdelegado e delegado de polícia em Conceição de Monte Alegre

2Dois fatos pitorescos e marcantes
2.1. A lenda e a verdade dos artelhos cortados
José Soares não tinha artelhos num dos pés, aparentemente cortado e cauterizado a fogo. Todos que o conheceram sabiam fácil por onde ele andava, sempre pela marca impressa, pois que nunca mais usou calçado. 
Desta mutilação contam as histórias que Soares e dois amigos fizeram uma aposta, ficando ele dentro de um círculo e se movimentar, mas não sair, enquanto os dois, a determinada distância, lhe atirariam sabugos de milho de dois balaios cheios. Caso o acertassem, Soares cortaria os pododáctilos de um dos pés, à exceção do maior para evitar sangria; se duas vezes o atingissem, simultaneamente, amputaria os do outro pé, à mesma maneira. Machado posto ao fogo, um toco ao lado, começou a disputa.
Num certo momento Soares foi acertado por um deles, de raspão, mas o suficiente para ele num gesto rápido cumprir a promessa e intentar retorno para o círculo, e nem precisou, pois os amigos, apavorados, imploraram para acabar a brincadeira. 
Não foi esta a razão do aleijume e sim o 'pisão' de um muar em domação e o ferimento complicou-se e Soares viu-e forçado à auto-amputação, mas nunca mostrou-se constrangido quando alguém lhe atribuía o caso dos 'sabugos'; não concordava nem confirmava, apenas dava um sorriso enigmático. 

2.2. O caso da mula feita 'desparecer' nas terras do Capitão Viriato
Joaquim Raymundo da Silva, vulgo Moreira, era amigo de José Soares, consideravam-se parentes, porque Ozoria, a mulher de Moreira era sobrinha de Evaristo Soares, e cunhada de Augusta, uma das sobrinhas do matador.
Certa ocasião desapareceu uma mula de Moreira, que estaria na fazenda do Capitão Viriato Olympio de Oliveira, na época o homem mais poderoso e temido da região de Conceição de Monte Alegre e Sapezal, como representante do temível Coronel Francisco Sanches de Figueiredo, o Coronel Sancho ou Sanches, com isso melhor esquecer a mula que procurá-la por aquelas bandas, embora Moreira e Viriato fossem parentes por afinidades. 
Soares então soube das dificuldades de Moreira e propôs-se recuperar o animal.
Alguns capangas de Viriato teriam encontrado Soares já dentro da propriedade e quando intentaram detê-lo, um tiro derrubou a montaria de um deles e o atirador gritou aos demais que fossem logo avisar o Capitão que ele, Valdomiro Bandeira Junqueira, ali estava em busca da mula desaparecida do Moreira, e voltaria mais tarde à determinada hora.
Soares efetivamente retornou, passo a passo em sua montaria, cauteloso de tocaias, para chegar quando já presos diversos muares. Não sabendo qual a mula do Moreira, diante de outras assemelhadas, aceitou a sugestão do Capitão Viriato em levar todas, ver qual era a procurada e escolher outras que pudessem lhe servir, e depois devolvesse aquelas que porventura não lhe interessasse (Fatos do conhecimento do autor por relatos de família).

3. Os primeiros crimes
José Soares Monteiro, estava com vinte dois anos, se tanto, quando encarregado em cobrar dívida de um alemão residente em São José das Laranjeiras, conhecida colônia germânica, para os lados de Nossa Senhora do Patrocínio, ou Patrocínio de Pitangueiras, atual Maracaí no estado de São Paulo.
A pessoa procurada estava na lavoura, com outros companheiros, quando Soares chegou apeado da montaria, roça adentro para fazer a cobrança e com isso a causar certo constrangimento ao grupo que não entendia bem o português nem os costumes caboclos.
Um jovem da colônia e companheiros, armados com instrumentos cortantes, repeliram o cobrador que afastou-se prudentemente, até próximo de sua montaria, para então sacar duma arma de fogo e ferir mortalmente o líder dos agressores, fazendo parar os outros o que permitiu a fuga de Soares.
Soares procurou pelo cunhado João Lourenço Nogueira, para quem fizera o favor de cobrar a dívida, esperando proteção, mas foi denunciado e preso, até o julgamento, quando liberto por ter agido em legítima defesa. Lourenço era irmão de Prudenciana,  a mulher de Soares.
Sabe-se deste ocorrido, porém os autores não conseguiram indicativo da possível prisão e julgamento de Soares, senão pelos relatos de família.
Após a absolvição Soares, sob a alcunha de Valdomiro Bandeira Junqueira, enveredou-se para o crime, com denúncias de assassinatos e agressões, sendo certo que em  1917 estava recluso na Cadeia Pública de Campos Novos de Paranapanema, pelo assassinato de Laurindo Thomaz de Moura, em 3 de dezembro de 1916, crime por motivo alegado de honra.
Segundo consta em Auto de Qualificação e Declarações, perante o Delegado de Polícia, Carlos Gomes de Freitas, Soares afirmou que durante sua ausência quando "trabalhando no Rio do Peixe", Laurindo teria perseguido sua mulher e molestado ou tentado sua filha Sebastiana, de quatorze anos, prosseguindo neste intento por outras vezes. Soares, de volta ao lar e ciente dos fatos, "procurou tirar satisfações de Laurindo e o mesmo ainda o insultou dizendo que elle Laurindo não se casaria [com Sebastiana] porque quando precisava de mulher esta[va] acostumado a procural-as em casa dos outros".
Soares foi absolvido pelo Tribunal do Júri em 1º de setembro de 1922, Processo 5/1922, Alvará de Soltura às páginas 217 verso e 218 (CD: A/A).
Quando ainda preso em Campos Novos do Paranapanema, conforme Inquérito Policial nº 17, de 26 de setembro de 1917, Soares teria se evadido da prisão perseguido por policiais pelas ruas do lugar, quando à distância atingido por um tiro, num dos braços ou altura do ombro, antes de entrar numa residência pondo-se a salvo. 
Deu azar ou sorte, e o caso entrou para o anedotário policial, pois a residência escolhida talvez ao acaso ou por estar aberta, era do Juiz de Direito e que parecia uma fortaleza de tantos homens armados para proteção do magistrado, numa das épocas mais turbulentas de Campos Novos do Paranapanema.
Soares certamente seria morto pelos policiais em seu encalço, todavia apenas "sendo de novo preso pelos soldados que o alcançaram em casa do Doutor Juiz de Direito" (Inquérito Policial nº 17, citado, CD: A/A).
Nos anos de 1928/29 Soares cumpria pena de doze anos, na cidade de Assis, em sua terceira prisão por assassinato (Leoni, 1979: 143). Nesta ocasião, contam os familiares e descreve Leoni, Soares esteve obrigado integrar o bando de presos forçados ao trabalho, para construção do Palácio Episcopal, a ocorrer daí incidente quando seu cunhado João Lourenço resolveu doar laranjas aos presos trabalhadores, numa intenção de caridade ou forma bastante clara para provocá-lo. 
Ora, o próprio ofertante fora autorizado levar as frutas a cada detento, amistosamente conversando, até a vez de Soares que tomou as laranjas e as lançou contra Lourenço, agredindo-o, ainda, a socos e pontapés, derrubando-o ao chão, e Soares ameaçadoramente já com paralelepípedo às mãos, pronto para esmagar a cabeça do cunhado, quando os guardas conseguiram dominar o preso agressor (Leoni, 1979: 143-145).
A narrativa de Leoni enaltece Lourenço e o seu bom propósito, enquanto outros relatos familiares, diretos da família Soares Monteiro, informam que o cunhado aproximara-se com provocações e despropósitos.
Leoni era parente da família Lourenço Nogueira, porém tais variantes em nada alteram o acontecimento.

4. Onde as lendas e verdade confundem-se
Um bom assassino de aluguel procura não deixar ou dificultar, ao máximo possível, os rastros de seus crimes. Todos 'sabem' quem foi o autor, mas não há provas, e o profissional apenas apresentava-se caso o mandante estivesse complicado.
A vida assassina de José Soares foi assim e ele transformou-se em lenda. São tantas as histórias a seu respeito ouvidas ainda no primeiro quinquênio do século XXI, algumas já misturadas e acrescentadas a outras, todas atestantes sobre a vida daquele que, mesmo a serviço do crime, e a quase meio século pós sua morte, ainda fazia suscitar opiniões entre o certo, o errado e o abominável, além das questões do livre arbítrio e das opções de escolhas do indivíduo, quanto ao destino inexorável de um homem que desde cedo aprendeu matar seu semelhante, sob encomenda ou em defesa alegada da honra.
A José Soares Monteiro ou Valdomiro Bandeira Junqueira são atribuídos muitos crimes por empreitas, dos quais os autores destacaram o que adiante segue.
Conta-se que Soares saíra, certa feita, à procura de Antonio Bernardino para matá-lo, colhendo informações onde encontrá-lo àquelas horas, sendo informado por um grupo de pessoas, do qual algum curioso quis saber o que ele desejava com o procurado, a receber resposta pronta:
"Vocês querem ver caboclo fazer careta para morrer, venham comigo assistir, pois vou matá-lo agorinha (...) - É claro que ninguém o acompanhou; apenas em poucos instantes ouviram a detonação da arma e o pobre caiu no local, sobre a enxada que usava no trabalho de capinação de sua lavoura, sem tempo sequer de saber porque morrera" (Leoni, 1979: 145 e 146).
A maioria dos crimes de José Soares Monteiro, ou Valdomiro Bandeira Junqueira, ficou impune, pois eram crimes de empreitada a favor de mandatários regionais ou locais. Chamavam-no de Justiceiro e a ele são atribuídos muitos assassinatos à traição, frente a frente e crimes misteriosos cuja autoria jamais pode ser confirmada, mesmo todos cientes que eram feitos de Valdomiro Bandeira.
Comentava-se reservadamente, em família e aos conhecidos mais próximos, que Soares teria sequestrado e assassinado, em 1911, o Coronel Marciano José Ferreira, a mando de um chefe político regional, o Coronel Francisco Sanches de Figueiredo, pois Marciano "Por questões políticas tornára-se inimigo do chefe de Campos Novos, depois de ter sido, por alguns annos, companheiro deste e também chefe" (Cobra, 1923: 248-252).
O sertanista e chefe político em Conceição de Monte Alegre, Capitão Viriato Olympio de Oliveira, 'o cumpre-ordens' subordinado e diretamente vinculado ao mandatário Coronel Sanches, teria comentado o assunto com parentes e aparentados das famílias Ortiz de Oliveira, Salles e Caetano Silva, nas quais eram costumeiros os relatos sobre Soares. Viriato, através das respectivas famílias, tinha afinidade parenteira com os Soares Monteiro.
Nunca ficou provado a participação de Soares Monteiro ou do Coronel Sanches, e até Amador Nogueira Cobra, opositor ao mandatário campos-novense, que parecia saber quem o mandante e o  assassino, não os revelou em sua descrição sobre o acontecido (1923: 248-252), embora as suspeitas recaíssem sobre o então Capitão Sanches, como mandante. Oficialmente o crime jamais foi esclarecido pelas autoridades nem o corpo encontrado, apesar de procurado por homens do Governo Federal, Polícia do Estado e os mais afamados conhecedores do sertão.
Outro notório crime, atribuído a Soares, decorrera que certo homem, após assassinar parente de um um rico fazendeiro regional, fugiu para Minas Gerais com vagas informações onde poderia estar. Soares com a foto ou descrições de sua vítima foi ao encalço e, quando próximo ao destino encontrou uns tropeiros, sob a sombra de uma árvore, para a refeição do dia. Conversaram, se informaram, comeram e beberam juntos até que os homens ensaiaram as despedidas e o Soares lhes disse menos um deles, a apontar quem e citar o nome daquele que ele deveria matar, e assim o fez.
A vitima foi morta, a orelha cortada para entrega ao mandante do crime, um costume da época que garantia a execução do serviço. Soares era um 'cortador de orelhas'.
Também José Soares teria sido o cabecilha do massacre, num crime encomendado contra descendentes, herdeiros ou sucessores das propriedades do forro Antonio Joaquim Melchior de Camargo, crime notório e de extremada crueldade, e o mandante teria sido Padre Francisco José Serodio, apossador de terras.
Soares metia medos em fazendeiros e poderosos. O fazendeiro sapezalense André Wirgues adquirente de propriedades diversas na região, inclusas aquelas pertencentes aos herdeiros de Evaristo Soares Monteiro, avançando partes que pretensamente seriam de José Soares, então cumprindo pena. 
Quites com a justiça José Soares quis reaver o quinhão que dizia prometido pelo irmão falecido, com isso a ignorar o inventário, ou que sua parte não fora escriturada. Então Soares, de forma arbitrária, cercou sessenta alqueires de terras, ou mais, que dizia suas, dentro da fazenda de Wirgues.
Apenas quando morto José Soares, décadas depois o fazendeiro pode enfim retomar a área que efetivamente lhe pertencia por direito de compra.
—São fatos do conhecimento do coautor Prado, tanto por relatos de família quanto pelo conhecimento nos anos 50/60, da propriedade cercada por Soares.
O presente tópico estaria incompleto sem mencionar certa ocorrência no seio da família Porfírio Salles, à qual parente o próprio Soares, com observações às regras que então regiam o sertão. 
A viúva Porfírio Salles, com filhos e filhas ainda pequenos, casara-se em segundas núpcias e tudo parecia bem, até que o novo consorte estuprou a menor Jovita. O fato gerou tremendo drama familiar todavia os membros Porfírio Salles optaram não levar o caso às autoridades, temerários que o agressor, de índole violenta, pudesse causar outros danos.
Soares soube ou foi avisado do ocorrido, logo a circular notícias que ele chegaria ao local para resolver o problema, e o agressor, alegando viagem inadiável partiu antes da chegada do justiceiro.
Soares reuniu-se com família da vítima, representada pelo filho mais velho e a mãe, para tratar da morte do estuprador, serviço que ele, Soares, faria gratuitamente pela honra da jovem, bastando aos ofendidos lhe dessem a arma escolhida para a vingança, e munição, se o caso, e isto não podia ser diferente porque naquele ato, segundo 'regras', Soares representava a vingança em nome da família da vítima e não de caráter pessoal.
A família, pacata e religiosa, decidiu que não haveria justiça com as próprias mãos, até porque o agressor evadira-se, talvez para nunca mais retornar. Soares, a contragosto, aceitou a decisão.
Meses depois notícias no povoado davam conta que o estuprador fora encontrado morto no estado do Mato Grosso [hoje do sul], numa tocaia, com genitália extirpada e posta à boca e, dizem, empalado, sem qualquer  ligação que tal acontecimento fosse a mando familiar, ou que Soares por si tenha praticado a ação. 
Soares jamais confidenciou ou assumiu autoria e ninguém lhe perguntou, embora a família não tenha dúvidas que foi ele o executor.
—O coautor Prado é parente em segundo grau da família.

5. Adicionais                                           
José Soares Monteiro foi casado com Prudenciana Ignez de Jesus, filha de Francisco Lourenço Nogueira, membro de uma das comitivas do pioneiro-mor. José Theodoro de Souza. 
José Sares teve filhos e filhas com Prudenciana, e faleceu na cidade de Assis, SP, aos 05 de julho de 1968, como causa morte 'insuficiência cardíaca - caquexia' (colaboração de Ednelson Lorenzetti) e sua viúva faleceu aos 16 de agosto de 1980 (Leoni, Histórias de Tio Chico, 1984: 274).
Soares sabia ler, escrever, tinha boa caligrafia e conhecimentos de Direito Penal e Civil, conforme se pode observar em seus depoimentos e qualificações nos autos processuais (CD: A/A), cujas cópias obtidas junto ao CEDAP/Unesp de Assis - SP: 
—Referência - Nº Processo - Descrição - Local/Data
-1 - [15/1916] - Homicídio Conceição do Monte Alegre 1/10/1917
-2 - [17/1917] IP - Fuga de preso Conceição do Monte Alegre 14/11/1917
-3 - [25/22] Lesão corporal Conceição do Monte Alegre 2/12/1922
-4 - [32/16] Homicídio Conceição do Monte Alegre 24/3/1922
-5 - [5/22] Homicídio Conceição do Monte Alegre 31/8/1922
Outros processos ou investigações contra Soares não foram localizados pelos autores.